sexta-feira, 17 de abril de 2015

Sol Invictus - Faith no More

Morto é o caralho! Faith No More volta à vida em Sol Invictus.


Sol Invictus é tudo o que a banda precisava para provar que esta longe de viver de passado. O novo álbum do Faith No More segue a tradição de surpreender os seus fãs e os que acompanham o trabalho da banda. "Sol Invictus" traz uma seleção de 10 músicas com uma sonoridade renovada e que ao mesmo tempo, mantém a inconfundível pegada do som característico da banda.

A primeira grande surpresa, surge já na primeira faixa, "Sol Invictus", que, ao contrário de todos os discos do Faith No More, não começa com uma porrada e sim com um suave piano. Uma bateria em ritmo de marcha abre as águas para Patton sussurrar uma letra com tom apocalíptico. Está mais próximo de algo como Depeche Mode do que qualquer outra coisa que a banda já tenha feito.

A segunda faixa é o single "Superhero", a música mais próxima do som dos discos anteriores, servindo aqui como um acalento para quem tomou um susto com a música anterior. Com teclados orientais e um baixo furioso, a música evoca bons momentos do "Angel Dust" e do "Album of the Year".
"Sunny Side Up” tem um clima alegre e uma levada de baixo e bateria no ritmo de ska. A faixa tem piano bem melódico e um refrão alegre que chega a soar “estranha” na voz de Mike Patton. Tem cara  de single.
"Separation Anxiety" lembra a época dos primeiros discos da banda, ainda com Chuck Mosley nos vocais. Um riff de baixo repetitivo e um tecladinho cinematográfico bem sutil criam a tensão para Patton dar seu show. Ao vivo, essa vai ficar muito foda.
"Cone of Shame", que já havia sido tocada em shows, ficou incrível em sua versão de estúdio. Com um clima bluesy e um vocal do Patton inspiradíssimo e sem muito overdub, a música ganhou força, especialmente na parte final.

A introdução de "Rise of the Fall" mais uma vez evoca os primeiros discos da banda, mas logo em seguida a música dá uma guinada e entra num território cinematográfico, meio cabaret. A guitarra faz pensar em "Blood", faixa do "Introduce Yourself”. Gênero musical: Não sei ainda, tô tentando descobrir.
"Black Friday" Com ares de acústica, lembra muito o som do The Cure. Apesar de ser completamente diferente de tudo que eles já fizeram. Eu acho que ela é perfeita para single, com um refrão fácil e bom de gritar: "BUY IT!". A letra tira um sarro do desespero das pessoas por fazer compras na Black Friday, comparando-as com zumbis. Nessa música, fica bem claro o quanto  Patton se dedicou no trabalho de vozes, com muitos backings e detalhezinhos sonoros que fazem toda a diferença no arranjo final da música.
"Motherfucker", primeiro single lançado, e que funcionou como um teaser do que vinha pela frente, parece finalmente fazer sentido. Eu tinha achado uma escolha estranha para o primeiro single, mas atualmente entendo que a ideia era realmente não entregar o jogo, mas ao mesmo tempo avisar que vinha algo de novo e diferente por aí. Ela definitivamente tem o seu lugar no álbum.

"Matador" foi a primeira música nova a ser apresentada para os fãs nos shows ainda em 2011/2012 e confesso que a versão de estúdio ficou devendo um pouco para a grandiosidade dela ao vivo. Mas, tirando essa primeira impressão, a música é certamente um clássico instantâneo do Faith No More.
E o disco encerra com a belíssima "From the Dead", uma balada acústica que evoca um clima Folk ,com seus violões grandiosos e muitas vozes, levando a banda mais uma vez a um terreno que até então é novidade na sonoridade do Faith no More.


Embora possa ser considerado um disco curto - tem aproximadamente quarenta e poucos minutos de duração , Sol Invictus é honesto e cheio de boas ideias. Ele também causa aquela mesma sensação de estranheza em sua primeira audição - algo que se tornou comum em cada novo lançamento do grupo. Em uma rápida - e talvez desnecessária  comparação, podemos dizer que Sol Invictus não é tão incisivo quanto Angel Dust e tão atmosférico quanto Album Of The Year, por exemplo. 

O disco também não segue a mesma proposta de We Care A Lot, como foi dito pela banda em algumas entrevistas. Aliás, ele não segue proposta nenhuma.

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